Julho foi novamente marcado por uma forte valorização das empresas de tecnologia, com destaque para Nvidia, Microsoft, Alphabet, Oracle e AMD. O setor respondeu pela maior parte da performance dos principais índices globais no período.
A estratégia Geo Flagship encerrou o mês com queda de -1,3%, acumulando valorização de +2,1% no ano. O principal detrator foi Novo Nordisk, cuja ADR recuou 32%, impactando negativamente a rentabilidade do fundo em aproximadamente -1,3 p.p. ASML, Equifax e Adobe também contribuíram negativamente, com impactos individuais entre -0,3 p.p. e -0,4 p.p.
Na última semana do mês, a Novo Nordisk revisou suas projeções de crescimento e lucratividade para o ano fiscal e anunciou a nomeação de um novo CEO. Durante a teleconferência, a empresa citou os efeitos da continuidade da venda de versões manipuladas de semaglutida nos EUA, apesar das restrições impostas pelo regulador local. Incorporamos esse cenário mais desafiador aos nossos modelos e seguimos acompanhando a situação de perto. Ainda assim, mantemos a posição, por avaliarmos que a companhia segue bem-posicionada em um mercado com oportunidades significativas no tratamento da obesidade.
Após a correção, Novo Nordisk passou a ser negociada a 13x o lucro projetado para este ano, patamar semelhante ao observado em empresas do setor que enfrentaram perda abrupta de receita e lucro em decorrência do fim de patentes importantes, o que não é o caso aqui. Como referência, a Regeneron negociava a 14x após a perda da exclusividade da Eylea, e a AbbVie a 16x após a Humira. No caso da Novo Nordisk, a exclusividade da semaglutida (princípio ativo de Ozempic e Wegovy) está assegurada até 2032 nos mercados mais rentáveis, e a empresa possui um pipeline robusto de medicamentos em estágios avançados, que devem suceder a molécula ao longo dos próximos anos. Vemos, portanto, um desconto exagerado no múltiplo atual.
Do lado positivo, Microsoft (+8%), Alphabet (+9%) e Thermo Fisher (+16%) contribuíram individualmente com +0,4 p.p. a +0,6 p.p. para a performance do fundo no mês, impulsionadas por resultados trimestrais sólidos. Destaque para a Microsoft, com crescimento de 39% no Azure, refletindo a forte demanda por serviços de nuvem e inteligência artificial.
Ao longo do mês, aumentamos a exposição em Thermo Fisher e Inditex, e aproveitamos a queda da ADR de Novo Nordisk para ampliar marginalmente a posição. Por outro lado, encerramos as posições em Diageo, Waste Management, Mettler Toledo e L’Oréal, diante da piora na relação risco-retorno, embora sigamos acompanhando essas companhias pela qualidade de seus modelos de negócio.
A seguir, nossas 10 principais posições no fundo Geo Flagship ao final de julho de 2025 (em ordem decrescente de representatividade no portfólio):
Microsoft
LVMH
Deere
Alphabet
Airbnb
Equifax
Thermo Fisher
Adobe
Zoetis
Novo Nordisk
O fundo fechou o mês com retorno de 1,6%, acumulando 0,7% nos últimos 12 meses. O portfólio terminou o mês com 28 ativos, com destaque para setores de Serviços Financeiros, Equipamentos Médicos e Saúde, Tecnologia, Mídia e Aviação & Viagens. As 10 maiores posições do fundo representam 59% do patrimônio.
Atribuição de performance: Microsoft Corporation, Thermo Fisher, Alphabet, LVMH e Deere & Company.
Reforçamos, assim, nossa convicção na importância de manter um portfólio composto por empresas de alta qualidade, com modelos de negócio robustos, vantagem competitiva clara e balanços sólidos, como forma de atravessar com consistência diferentes regimes de mercado. Agradecemos a confiança e reiteramos nosso compromisso de avaliar continuamente o portfólio, com foco em empresas de alta qualidade, elevada convicção e boa relação risco-retorno.